dia 19 à tarde que começaram as dores,custava um bocadinho a andar mas nada de especial,pensei que elas acabassem por passar,mas estava enganada,numa ida à wc apercebi-me que estava a perder o rolhão , durante a noite as dores intensificaram-se um pouco e não me deixaram dormir grande coisa dormir ,mas mesmo assim não dei grande importância.
dia 20 as dores já tinham aumentado significativamente,e não consegui sair da cama todo o dia,queria ir trabalhar,mas não consegui,o meu homem bem insistia para ir ao hospital mas eu não queria,para jà porque conseguia suportar relativamente bem as dores e por outro lado tinha medo de là ficar horas e horas (se não fossem dias)a desesperar
durante a noite não dormi nada,nem deixei o homem dormir ,já estava a dar em doida ,as dores começavam a tornar-se muito menos suportáveis,mas mesmo assim continuei a armar-me em forte e a recusar ir ao hospital Assobio ...
dia 21,consegui dormir um pouco de manha,mas não muito,comi,e liguei à minha mãe a contar o que se estava a passar,o conselho dela foi o lógico: ''contar o tempo entre cada dor,e se estiverem muito próximas seguir para o hospital'' já estava com contracções de 5 em 5 minutos e sabia que não podia esperar muito mais para ir ao hospital ,mas,ainda tomei banho,vesti-me,e ainda fiz a minha mala nas calmas,e revi a do piolho ,apanhei o comboio para a amadora e fui a pé até ao hospital (a pressa não era muita)!
cheguei ao hospital eram quase 19 horas,fui praticamente logo atendida,fiz ctg,mas não estava a gostar da cara da medica, ,mandou-me comer um rebuçado ,carregar no botão cada vez que o pilho mexesse,e esqueceu-se de mim la raiva ,a folha do ctg já arrastava no chão quando ela voltou e me mandou aguardar para fazer o toque,toque esse que quase me faz trepar pela maca acima ,mas a medica só dizia: ''não precisa de fazer força'' e eu com vontade de dizer :''se parar de me apalpar as amígdalas eu paro de fazer força'',mas pronto,o que vale é que foi rápido,''4 dedos de dilatação e vai ficar internada'' ,o meu mundo ruiu,pois entrei naquele hospital com a forte convicção de que voltava para casa.
fui preparada,entreguei as coisas ao meu homem e fui para o quarto de dilatação,lá veio um medico espanhol todo jeitoso para me meter o cateter do soro falhou a primeira tentativa o que me valeu uma mão negra até á bem pouco tempo,ligou-me ao ctg e foi chamar o meu homem,ele entrou e esteve sentado ao meu lado a dar-me toda a força que conseguia,vejo isso agora,pois na altura estava demasiado ocupada a querer mandar-me para o chão e para o colo dele ! ,novo toque :''ja tem mais de meio caminho andado,vai ter vontade de fazer força mas não faça,vai querer epidural?'',que raio de pergunta claro que queria,mas esqueceram-se de mim e não me deram,já devia ser demasiado tarde.
cada vez mais sentia vontade de fazer força,mas sabia que não podia ou o puto saia disparado para o meio do chão ,mas já não aguentava mais mas finalmente as águas rebentaram e fui levada para o bloco de partos,o meu homem segurava-me,ajudava-me a dobrar para fazer força mas o piolho não queria sair,a médica dizia que eu estava a fazer a força ao contrário,cortou-me,não senti,mas mesmo assim ele não queria sair,a solução foi duas bestas de duas medicas meterem-se em cima da minha barriga a fazer força para ele sair,não o desejo a ninguém,preferia passar pelas dores das contracções outra vez do que por aquelas dores que sentia naquele momento,foi horrível mas ele lá saiu rapidinho,a medica ainda disse: ''foi parido por mim'',o pai cortou o cordão e eu confesso,não olhei logo para o meu filho,não consegui pois naquele momento para mim ele era o culpado por todo aquele sofrimento por que eu tinha passado,mas assim que senti o calor dele em cima de mim,tudo passou e não consegui deixar de chorar ,tão lindo,tão perfeito,como podia eu culpà-lo por tudo aquilo,no fim de contas ele também sofreu,cozeram-me,esta parte doeu horrores, mas só por fora,por dentro nem senti,dei-lhe de mamar,despedi-me do meu homem que foi muito forte por passar por tudo aquilo sem nem um ai,levaram o meu menino para a banhoca e primeira vacina,e depois là fui eu dormir toda a noite agarradinha ao meu tesouro que estava tão cansadinho que so acordou na manha seguinte.
jà tudo passou,foi muito sofrido,mas por ele passava por tudo outra vez sem nunca pensar duas vezes
grande testamento
carla
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